O que espera a comunidade científica com a chegada do LSST

12 de julho de 2021 | LIneA

Após análise dos resultados obtidos na pesquisa “Brasil na era do LSST”, o LIneA convidou os responsáveis Allan Alves e Denise Köche (Agência Propósito) para apresentar um Webinar com a exploratória dos dados gerais para o público. A partir da avaliação das percepções, necessidades e sugestões, foi possível responder a seguinte pergunta: O que pensa e o que busca a comunidade científica com a chegada do LSST?

Inicialmente foram apresentados os dados e resultados referentes à primeira parte da pesquisa, que se dividia no conhecimento do público sobre o Legacy Survey of Space and Time (LSST) e o LIneA.

Dentro da amostragem das 146 respostas, a maioria das pessoas dizem conhecer o projeto LSST e, embora grande parte não acompanhe com frequência as notícias sobre o projeto, muitas demonstraram interesse em se manter informado através de diversas maneiras (e-mail, mídias sociais, etc).

Os participantes entendem e reforçam a importância da ciência brasileira ter participação em projetos internacionais, porém, mais da metade não tinha conhecimento do Brazilian Participation Group (BPG). Uma pequena porcentagem já se candidatou à submissão de projetos para o LSST, mas uma boa parte dos participantes diz ter interesse em utilizar os dados do projeto – mesmo que nem todos tenham infraestrutura disponível em suas instituições de atuação. Em suma, os respondentes têm interesse nos dados do acervo LSST utilizando diferentes serviços (visualização de imagens, Jupyter Notebook, etc) e gostariam de se informar através de Webinars (científicos, técnicos, divulgação).

Sobre a percepção do público em relação ao LIneA, mais da metade dos participantes da pesquisa conhecem o laboratório. Aqueles que responderam não conhecer a instituição eram direcionados para o interesse em receber mais informações e o melhor meio para isso.

Os participantes que indicaram conhecer o LIneA associam o trabalho realizado pelo laboratório a assuntos da astronomia, big data e cooperações internacionais. Como características principais, foi destacado a colaboração, tecnologia e inovação. Na percepção dos respondentes, o LIneA é um laboratório de curadoria e tratamento de dados astronômicos em grandes volumes (big data) – segundo os participantes, a instituição representa a oportunidade de ter acesso a dados e busca a cooperação entre a comunidade e outras instituições (nacionais e internacionais).

Em seguida, os resultados do Workshop com os três grupos participantes (Time LineA, Acima de 41 anos e Abaixo de 40 anos) foram apresentados.

O Workshop explorou um mapa de “Percepção e Consumo” (imagem 1). Dentro deste mapa, questões como: tendências positivas, tendências negativas, perrengues, medos, motivações, oportunidades e expectativas foram apresentadas aos três grupos, que puderam se expressar livremente.

Imagem 1: Mapa “Percepção e Consumo”

O primeiro ponto abordado foi “tendências negativas”. Na perspectiva dos grupos, todos pontuaram a falta de recursos financeiros e humanos, a impossibilidade de visão a longo prazo, preocupação com a formação de novas gerações para carreira científica, lapso de comunicação sobre ciência na sociedade e dificuldade em comunicar o que é feito dentro da comunidade científica.

Sobre as “tendências positivas”, os grupos destacaram a quantidade de dados e novas tecnologias, a ciência colaborativa e coletiva, o acesso livre a diversas palestras/encontros/cursos independente do local, valorização da comunicação científica, expectativa de estabilidade, a paixão, curiosidade pelo tema e as contribuições para sociedade.

Apresentando a perspectiva geracional para os outros tópicos do mapa, os participantes de 41 anos ou mais, abordam a preocupação com a formação de novos pesquisadores e continuidade da carreira acadêmica, atenção a imagem do Brasil no exterior, animação com o potencial de impacto dos acontecimentos científicos na sociedade, sustentabilidade como aplicação da ciência e o legado.

O grupo com 40 anos ou menos apontou a falta de perspectiva e de amparo além da falta de oportunidade no mercado de trabalho – sensação de abandono -, necessidade de ter um plano B, pressão e sobrecarga afetando a saúde mental, fazer ciência passa clamor de mais diversidade e acessibilidade por uma comunidade mais horizontal, colaboração científica como forma de colaborar para o conhecimento científico.

Apresentando uma perspectiva interna, o time LIneA pontua que existe uma expectativa por mais interesse no uso do que é ofertado pelo LIneA, atenção à segurança da informação, entusiasmo em trabalhar com novas fronteiras da ciência e o contato com referências internacionais no assunto e, por fim, a preocupação com a continuidade do LineA.

A mensagem deixada ao final do webinar: 1) colaborar com a ciência aflora o sentimento de pertencimento das pessoas; 2) força social é de extrema importância, já que a partir dela reforçamos o senso de pertencimento da comunidade; 3) é preciso falar sobre estabilidade e futuro, cuidando para que as gerações mais novas mantenham sua saúde mental; 4) a paixão é motivadora – é importante relembrar o porquê fazemos ciência.

Para o LIneA ficou claro que a instituição é reconhecida, assim como seus objetivos principais e a importância da internacionalização da ciência, devendo melhorar as atividades voltadas para divulgação. Destacou-se também o interesse do público em aprender e estar informado sobre o LSST.

O webinar completo pode ser assistido neste link.

LIneA e o INCT do e-Universo tem como missão apoiar a participação de pesquisadores associados a instituições brasileiras em grandes levantamentos astronômicos como o Dark Energy Survey ( DES), Sloan Digital Sky Survey ( SDSS), Dark Energy Spectroscopic Instrument ( DESI), e o Legacy Survey of Space and Time ( LSST) e outros projetos internacionais como o Transneptunian Occultation Network (TON).

LIneA é um instituto de ciência e tecnologia privado cuja missão é viabilizar a participação de pesquisadores e estudantes em colaborações internacionais; apoiar centros emergentes, fornecer acesso a acervos de dados astronômicos e a uma infraestrutura de processamento intensivo de dados, e desenvolver soluções para problemas de big data nas áreas de astronomia e cosmologia. Atualmente as atividades do LIneA são apoiadas pela FINEP e pelo INCT do e-Universo.

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